De povoado às margens do Rio Capivari a formação de um município cheio de histórias e nomes ilustres.
Geiza Graciano
Cidade dos poetas. Foi sob as asas da imaginação, do estudo, das artes, da política que Capivari ergueu-se. Amanhã, dia 10, filhos da terra, nascidos ou que nela passaram a habitar comemoram seus 178 anos.
O nome Capivari é originário do tupi Capivar-y, que significa Rio das Capivaras.
Foi às margens do rio que a cidade começou a ser povoado. Em 1760, exilados políticos, que queriam ver a pátria livre do jugo de portugueses, abriam picadas na mata procurando encurtar o caminho.
No final do século XVIII, um grupo de ituanos encontrou um local que reservava grande quantidade de peixes e caças, principalmente capivaras, e ali resolveram residir. Em 1813, foi proposto ao Príncipe D. João, o estabelecimento de um povoado, nos sertões de Itu. A primeira missa foi celebrada em 5 de junho de 1820, celebrada pelo primeiro sacerdote João Jacinto dos Serafins.
A oficialização ocorreu em 10 de julho de 1832, com o nome de Vila de São João Baptista de Capivary de Baixo (na época, Monte Mor era denominado Capivary de Cima).
O nome do município passou a denominar-se Capivari somente em 1905.
As artes
Tarsila do Amaral, nascida em 01 de setembro de 1886, na Fazenda São Bernardo, foi um dos nomes mais importantes no desenvolvimento da arte moderna brasileira. Dentre tantas obras, as mais conhecidas são Abaporu (nome de origem indígena que significa antropófago) e Operários que abordou uma temática social.
A artista fez parte do conhecido Grupo dos Cinco, formado por: Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia.
A poesia também faz parte da história da cidade. O Capivariano, Amadeu Amaral, nascido em 1875, destaca-se como poeta, jornalista, escritor, folclorista e memorialista. Em 1899, escreve seu primeiro livro de poesias, intitulado Urzes.
Um ano depois, Palmira Castanho, filha do Profº Augusto Castanho, chega de São Paulo como a primeira professora capivariana diplomada.
Rodrigues de Abreu (poeta), Cesário Motta (médico) entre outros nomes, também fizeram história e trouxeram orgulho ao povo de Capivari.
Evolução
O chão não é mais de terra, a cidade recebeu iluminação, casas e o comércio ocuparam grande parte do território. A primeira evolução pode ser notada em 1985, quando foi instalada a primeira venda, à margem do rio e a pedido de Francisco Idorgo, à Câmara de Itu. Provavelmente, localizada no quarteirão da Rua Antonio Pires, a “venda do Chico” tornou-se o centro irradiador das edificações urbanas do povoado.
O padre João Ferreira de Oliveira Bueno funda em 1795 a Fazenda São João Batista de Capivari (atualmente denominada Fazenda Itapeva, do município de Rafard). No local foram construídos o açude, a casa do engenho, senzalas, estábulos, embarcadouro e ao lado da casa grande, a Capelinha de Itapeva.
A outra capela foi criada apenas em 1820, próxima a “venda do Chico” e recebeu o nome de São João Batista de Capivary. Nela foram feitas várias modificações até chegar a atual construção.
Como o Rio Capivari cortava a vila, havia a necessidade de se passar de um lado para o outro. Foi então que a ponte da rua XV foi construída, passando, posteriormente por diversas reformas e reconstruções.
Devido a preocupação com o lazer e a cultura, uma comissão de cavaleiros organizou uma sociedade para a construção de um teatro que servisse para patinação. Com paredes de taipa, a obra do Teatro São João (atual Praça Rodrigues de Abreu) foi concluída em 1868. Mais tarde transformou-se no famoso Cine Teatro Íris, derrubado na administração de 1948/1951.
Conta a lenda, que no lugar conhecido como Largo da Santa Cruz, um escravo perseguido por um capitão de mato, com pés e mão acorrentados, parou diante de uma cruz de madeira, onde estava sepultado um caminhante, e implorou misericórdia aos céus. Neste momento, aconteceu um milagre, e abriram-se os ferros, que acorrentavam o escravo, que pode fugir pela mata, sem deixar pistas. O fato repercutiu e o local começou a atrair os fiéis. Em 1886, foi edificada a Capela que recebeu o nome de Santa Cruz.
Em 1898, Capivari contava com 700 casas distribuídas em por 16 ruas. Com o aumento da população a cidade necessitava de um local adequado para tratar da saúde. Foi então que, com os esforços de um grupo de cidadãos, edificou-se a Santa Casa de Misericórdia, em 03 de julho de 1900.
No Centro da cidade encontrava-se: a praça Central Rodriguez de Abreu, o prédio do Cine Íris, o Coleginho, o Mercado Municipal e a Prefeitura que abrigava a cadeia em seu pavimento inferior. Somente em 1913, que a cadeia foi transferida para um novo prédio, na Rua Sinharinha Frota, onde se instalou também o fórum. Hoje, ali funcionam o Museu e a Biblioteca Municipal.
Os eventos culturais da cidade ganharam um novo espaço, com a inauguração do Teatro Politeama (atual loja Kinzão) em 1923.
Desta forma, o centro da cidade vai mudando de forma, assim como a periferia que ganha novos bairros. Alguns deles, com infra-estrutura e saneamento básico e outros, porém que crescem sem nenhum planejamento.
Para dar um toque a mais de evolução, a primeira construção vertical em Capivari acontece na década de 70, com o Edifício Rio Capivari. Já na década de 90 são erguidos os edifícios San Conrado e Ville de France.
Fonte: www.jcrnet.com.brPublicar postagem
Parabéns Capivari,
Cirè, Alan J. Marteline, Fer Tavares e Mateus Ferraz
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